(Reto Imhof) |
Os diferentes percebem a igualdade
no escuro da noite,
quando os sonhos os
abraçam sem distinção,
entregando-lhes a chave do universo
Seus olhos fechados
dispensam visões,
seus ouvidos adormecidos
não são,
por palavras de desconforto,
atingidos ...
os corpos em descanso
ignoram qualquer comparação
Os diferentes são igualados
no escuro da noite,
que dispensa, para isso,
qualquer lei...
São irmanados no amor sincero
de quem lhes vela o sono.
Colocam flores nas janelas
ainda que não possuam mãos,
sentem a melodia que lhes
veste a alma
ainda que lhes falte a audição,
e suas mentes, então abertas,
entregam-se ao voo da liberdade
Não há o que discutir
Não há porque sofrer
Não há porque chorar ...
Tudo está distante no escuro da noite,
no mundo dos sonhos,
no encontro das almas...
E aquelas vozes, lá fora,
nubladas pela intolerância,
pela insensibilidade,
por uma insana maldade,
afastam-se do que lhes poderia
abrir os túneis dos labirintos
que encarceram seus pensamentos:
a luz ,
aquela que pousa no escuro da noite
aquela que pousa no escuro da noite
para os chamados diferentes,
e os envolve
e os envolve
em um abraço de paz
Marilene